Meninices
Por
Vivian Marina
Era
uma vez um menino que queria um pirulito. Aquela circunferência
colorida de roxo, creme, verde, azul, laranja e amarelo o fascinava
como nenhum doce o fizera. Outro atrativo era poder segurá-lo por um
pauzinho enroladinho de branco e vermelho. Como aqueles homens faziam
essa explosão de cores, todas juntas, ao mesmo tempo separadas a
ponto de identificarmos cada uma delas? Cores enroladas que lhe davam
tanto prazer, quanto questões.
Além
de muito colorido, era de uma doçura incomparável. Nenhuma bala,
essa completamente sem graça por sua monocromia, alcançava seu
sabor. E olha que já fizera até um teste, colocando várias
balinhas coloridas de uma vez só na boca... não era a mesma coisa.
Nem o sabor, nem a possibilidade de segurá-las todas, uma vez mais
em suas mãos, afinal nenhuma bala possui um pauzinho enroladinho de
vermelho e branco.
Quando
pode então ter aquele doce tão desejado em suas mãos, nem
pestanejou, abriu-o com todo cuidado e lhe deu a primeira lambida. E
lambeu, lambeu, lambeu... Olhou-o, pois, outra vez, para saber se
suas lambidas fariam com que as cores se misturassem e, dessa
mistura, qual, então, lhe restaria. Para sua surpresa, elas
permaneciam intactas, continuando com suas particularidades incríveis
e com seu brilho todo especial.
Continuou
com suas lambidas para saber qual era a cor que sobraria no final e
sua alegria não cabia em si, quando percebeu que nunca ficaria com
uma única cor, já que até mesmo o pauzinho, com o qual faria o
trapézio de seu circo, possuía duas cores – branco e vermelho!
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