Divã da Vergasse,19 - "Tão deita, sô"
Caipira de fato
Por Vitor Queiroz
Por Vítor Queiroz
Sou um malandro da Ribeira
e as água do Paraguaçu
até as vista me atrapáia
quando cai do chuveiro
e sobe o cano da descarga.
Sou o mulato temido, Jacaré
famanado de língua enfeitada
e lágrima que desce ferindo
a dureza do couro sintético
as macheza inútil da naváia.
Sou filho de pai sem mãe
sem eira nem beira, sem pó
nem rabiola e quando desata
a chover, quando as parabólica
de minha aldeia finalmente
Arrebenta pego na viola sonsa,
que nunca gemeu direito,
que não é mais farrista e choro
das mágoa as mais rampeira,
e choro as mentira verdadeira
Na frente do psicanalista:
Sou um malandro da Ribeira...
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