Ilustração sugerida pelo filósofo -
Chiu Yi Chih
Chiu Yi Chih
Neste intrépido
trepar e pitar
Mal me cabe em
sutilezas ou vãos,
Desperdício daquilo
que se vá
Refazer-me num
depois de amanhã;
Desonroso este
certame de mãos
Que mal sentem algum
onde se pousar-
Se é que quero um
desmanche deste afã;
Se é que ouso dormir
pra me acordar.
Fantasias que descongelam aqui
Mais adiante
encavalam-se dispersas;
Mais adiante me
afastam de você.
E se for-me este
amálgama consigo,
Mal me alcanço em
qualquer desfalecer
Que não seja torpor
de reunir farsas
*Este soneto inscreve-se no desafio de confeccionar poesias 'pós humanísticas' que
comporão uma antologia a que fui convidado por Luiz Bras há pouco. Optei pela
via formal (e não temática) para obter algum estranhamento: eu sujeito pós humano
vale-se de uma forma arcaica (no futuro) - o decassílabo-, mas coloca as tônicas nas
terceiras sílabas métricas. Na crítica do escritor Wagner de Souza esse recurso virá
melhor escandido, pelo que agradeço ao colega, também colunista aqui .
5 comentários:
Do filósofo Chiu Yi Chih:
Legal
quer dizer...
sinto um tom romântico melancólico no final
14:12
Grato, Chiu! É o tom de um pós humano que, em que pese a ação das novíssima tecnologias, ainda está cindido no campo da fantasia de do Outro.
"Uma aliteração e consequentemente assonância logo no verso de abertura;
Um soneto deca cujas as rimas sem proposital obediência deram uma fluidez muito boa ao texto (como se fosse um líquido viscoso e com fumaça de cigarro por entre os versos do casal em questão)
Valeu!" De Marcelo Finholdt, via Fbook privado, a propósito do Soneto do Pós Ato, de minha autoria.
"Uma aliteração e consequentemente assonância logo no verso de abertura;
Um soneto deca cujas as rimas sem proposital obediência deram uma fluidez muito boa ao texto (como se fosse um líquido viscoso e com fumaça de cigarro por entre os versos do casal em questão)
Valeu!" De Marcelo Finholdt, via Fbook privado, a propósito do Soneto do Pós Ato, de minha autoria.
Após considerações sobre a forma Soneto, o amigo escritor Wagner de Souza podera sobre o Soneto do Pós Ato: ", o teu sonneto também alude a uma sorte de impossibilidade emocional, obscurecida embora e mesmo obliterara p´la sugestão erótica d´algumas imagens. Quer parecer-me que, aí, acha-se um jogo difícil, doloroso, que jogam os amantes, cuja partida o soneto parece ilustrar.
Quanto a forma, disseste-me que te havias decidido por um ritmo anapéstico. Bem eu o não pude encontrar. N´elle predomina o Martelo Agalopado cuja composição contém dous anapestos e um peônio. Mas, dizia, apenas predomina, pois que o poema é bastante polirrítmico, apresentando mesmo quatro versos hendecassílabos de cujo ritmo impreciso nada pude aduzir. Não é, pois, um decassílabo, como o pretendias, mas apenas polirrítmica composição.
O mérito de teu Poema, meu caro amigo, é o luminoso horizonte que elle pareceu-me descortinar para ti. É um ensaio, ao menos assim o compreendi. Mas é também o anúncio auspicioso dos teus melhores dons poéticos, a exaltação da tua musa, que parece aformosar-se a mais e mais. Parabéns!!!
Formas poéticas remetem (a meu ver) à robótica; então penso em um eu lírico de 64 vias, 1 tera byte e apenas o processador humano (o cérebro mesmo).
há 20 minutos · Curtir (desfazer) · 1
Marcelo Finholdt Enviou não.
há 20 minutos · Curtir
Marcelo Finholdt Será bacana para eu saber de onde partir. Bom parâmetro.
há 20 minutos · Curtir (desfazer) · 1
Marco Antônio Araújo Bueno Gosto muito dessa ideia. Não tinha pensado nisso. Mesmo assim, se o Inconsciente está pelas víceras todas (cérebro incluso, mas não na presidência!), como um ser-palavras pós humano versejaria?! São questões e questãs. Saiba que é vc quem está me fazendo tornar a tentar. Abração!{Marcelo Finholdt e eu via Facebook, sobre poesia pós humanística; desafio lançado por L>B>}
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