por Rafael Noris
Alguém lá em cima me proteja que hoje é dia de cortar grama e o sol está queimando tanto tão vermelho comunista não sei nem por onde começar – Um homem sem chapéu nasce pra se foder – mato lazarento que meu pai deixou para eu cuidar então instalo o fio na tomada e a máquina faz logo seu barulho insone que me lembra os toques noturnos da consciência após um dia sem sentido e quando me deito sempre digo coisas do tipo O celular vai matar a minha avó
Rum rum rum
--------------u
mur mur muR
u--------------
Rum rum rum
Uma hora e é como se estivesse num banho-maria sem maria só a tortura escaldante e as bolhas beijando os calos na mão – Você esqueceu a luva – e o meu carma aumentando aranhas e grilos triturados pela lâmina da máquina e os formigueiros novamente se tornam só areia espalhada e aquelas formigas nervosas como crianças nervosas e mordendo meus pés como se isto trouxesse suas casas de volta será que um dia elas vão entender que esta é uma oportunidade de fazer um formigueiro mais bonito e quem sabe poderão plantar uma flor no topo para que todos saibam que elas também gostam da beleza e pensam
Rum rum rum
--------------u
mur mur muR
u--------------
Rum rum rum
Estou acabando mas também estou acabado e quando me sento para descansar um pouco já começo a compreender a Verdade como se a grama cortada me fosse a sombra d’árvore Bodh o sol começa a ficar mais fraco e os animais se acalmam e vêm até mim se banhar em meu suor logo ouço trinados e pássaros passam por mim e pousam em mim logo também uma mosca em meu nariz uma cobra em meu braço direito e vou me inclinando com minhas costas queimadas meu rosto distorcido pelo calor de antes para a grama toda em volta de mim – Hoje não tomarei banho e tudo estará bem – tudo está belo é belo mas ninguém por perto para tirar uma foto e colocar no Orkut mas não tem mais importância pois os medos adolescentes se foram porque agora eu sei - Estou iluminado.
Alguém lá em cima me proteja que hoje é dia de cortar grama e o sol está queimando tanto tão vermelho comunista não sei nem por onde começar – Um homem sem chapéu nasce pra se foder – mato lazarento que meu pai deixou para eu cuidar então instalo o fio na tomada e a máquina faz logo seu barulho insone que me lembra os toques noturnos da consciência após um dia sem sentido e quando me deito sempre digo coisas do tipo O celular vai matar a minha avó
Rum rum rum
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Rum rum rum
Uma hora e é como se estivesse num banho-maria sem maria só a tortura escaldante e as bolhas beijando os calos na mão – Você esqueceu a luva – e o meu carma aumentando aranhas e grilos triturados pela lâmina da máquina e os formigueiros novamente se tornam só areia espalhada e aquelas formigas nervosas como crianças nervosas e mordendo meus pés como se isto trouxesse suas casas de volta será que um dia elas vão entender que esta é uma oportunidade de fazer um formigueiro mais bonito e quem sabe poderão plantar uma flor no topo para que todos saibam que elas também gostam da beleza e pensam
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Estou acabando mas também estou acabado e quando me sento para descansar um pouco já começo a compreender a Verdade como se a grama cortada me fosse a sombra d’árvore Bodh o sol começa a ficar mais fraco e os animais se acalmam e vêm até mim se banhar em meu suor logo ouço trinados e pássaros passam por mim e pousam em mim logo também uma mosca em meu nariz uma cobra em meu braço direito e vou me inclinando com minhas costas queimadas meu rosto distorcido pelo calor de antes para a grama toda em volta de mim – Hoje não tomarei banho e tudo estará bem – tudo está belo é belo mas ninguém por perto para tirar uma foto e colocar no Orkut mas não tem mais importância pois os medos adolescentes se foram porque agora eu sei - Estou iluminado.
4 comentários:
O que o Noris escreve sempre me deixa pensativo... Excelente trabalho amigo!
excepcional, meu caro; te sabia do haikai - e da poesia -, no conto é novidade - beleza!
Senti até o cheiro do mato. Matou a pau!
Nem todo fluxo de consciência deve ter um humor irlandês. Muito bom!E muito sensorial, concordo com Paola.
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