Por Marco A. de Araújo Bueno
Quando as portas se abriram
Eu já estava preparado;
Estava morto, de medo;
Já me sentia empurrado.
O tempo estava nublado
De descaminhos no ar.
Havia um eu desgarrado,
Empurrado a desgarrar.
Foi estranho como aquilo
Engolfava-me a garganta
A desandar-me a chorar.
Então, fecharam-se as portas
E nada, agora, me espanta:
Desaprendi a ficar.
4 comentários:
Sonetos heptassílabos, com tônica nas teceiras, - Vinícius os praticava, em meio às baladas e rondós. Sítio bem versátil, este!
Como pode, um belo poema junto de um feinho?
Percebo que as formas estão aparecendo com mais constância no "De Chaleira", isso é bom pois versos brancos/ soltos muita gente escreve.
Agora quando a uma obra de arte ser feia ou bonita digo apenas o seguinte:
Tudo é feio e bonito ao mesmo tempo, sem falar que talvez, seja preciso tirar a poeira dos óculos... ou dos binóculos.
Valeu!
uma beleza de poema, sr. marco -- em cheio!
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