Por Rafa Carvalho
a idéia destes lirincantos, desde sempre, é namorar a música com a literatura...
coisa que, no início, pareceu fácil. e, de fácil que, de fato, é... veio a ser difícil!
difícil no sentido de perceber o formato que daria postura a essa coluna... uma vez que, música e literatura, para mim, são coisas tão já juntas, que juntá-las mais, numa intenção de pretendê-las mais distintas, seria quase como comer rapadura com melaço de cana. no máximo, uma questão de textura...
uma legítima questão de textura! mas que trouxe a essa coluna, muito mais que uma mobilidade mórbida e engessada, uma tremenda habilidade flauta-vertebral – dando aqui um carinhoso abraço em maiakovski... tendo em si o sustento firme da palavra, mas com suaves porosidades de silêncio e, flauteiramente, capaz de soprar aonde se quer. uma coluna flexível o bastante pra dançar livremente – dando aqui outro abraço carinhoso, dessa vez em nietzsche... como uma flauta doce, que não tem compromisso nem com a própria doçura...
é assim que, até aqui, já sopramos, em prelúdio, pelas raízes místicas de amoreiro... até emergirem ventos nas folhas, as amoras caírem e mancharem de mantra a canção... e é assim que, também, já sobrevoamos o jardim do fabuloso fim de semana de amélias, amoras e eus – onde até paramos prum café... é assim que, de lá, chegamos a bach, num sol maior vibrante, em meio a lindas suítes para violoncelo... para em seguida, ainda, passarmos pruma cerveja – ou duas – com o carteiro e o poetante, lá... no mesmo bar do seo manoel, onde tanto samba já se fez. e é também assim que, de repente, chovia na avenida goiás... e corpos apaixonados se dançavam, todos, ao som de jorge ben... ... ...
enfim, é assim que, com o tempo, essa coluna quis ir sendo texto, som, imagem... cor, movimento, melodia... gosto, agosto, eternidades... ... ...
e é assim que quer seguir, a coluna... a soprar pólengamia... lirincantos... pra que esse namoro floresça sempre mais... e seja da música com a literatura... e com a dança... com a arquitetura, o cinema, o teatro, o circo, a pintura... com o lavar a louça, o ir a feira, o deitar na rede... o se olhar no espelho, olhar pro outro, pros lados; pra dentro... a paquera, dessas coisas todas, com o ser... humano... ... ...
ps.: ...algo como rapadura com melaço e garapa, flambada na cachaça, caramelizada com açúcar refinado e polvilhada com mascavo e cristal... ... ...
... ... ... tudo isso, mas sem compromisso com própria doçura
coisa que, no início, pareceu fácil. e, de fácil que, de fato, é... veio a ser difícil!
difícil no sentido de perceber o formato que daria postura a essa coluna... uma vez que, música e literatura, para mim, são coisas tão já juntas, que juntá-las mais, numa intenção de pretendê-las mais distintas, seria quase como comer rapadura com melaço de cana. no máximo, uma questão de textura...
uma legítima questão de textura! mas que trouxe a essa coluna, muito mais que uma mobilidade mórbida e engessada, uma tremenda habilidade flauta-vertebral – dando aqui um carinhoso abraço em maiakovski... tendo em si o sustento firme da palavra, mas com suaves porosidades de silêncio e, flauteiramente, capaz de soprar aonde se quer. uma coluna flexível o bastante pra dançar livremente – dando aqui outro abraço carinhoso, dessa vez em nietzsche... como uma flauta doce, que não tem compromisso nem com a própria doçura...
é assim que, até aqui, já sopramos, em prelúdio, pelas raízes místicas de amoreiro... até emergirem ventos nas folhas, as amoras caírem e mancharem de mantra a canção... e é assim que, também, já sobrevoamos o jardim do fabuloso fim de semana de amélias, amoras e eus – onde até paramos prum café... é assim que, de lá, chegamos a bach, num sol maior vibrante, em meio a lindas suítes para violoncelo... para em seguida, ainda, passarmos pruma cerveja – ou duas – com o carteiro e o poetante, lá... no mesmo bar do seo manoel, onde tanto samba já se fez. e é também assim que, de repente, chovia na avenida goiás... e corpos apaixonados se dançavam, todos, ao som de jorge ben... ... ...
enfim, é assim que, com o tempo, essa coluna quis ir sendo texto, som, imagem... cor, movimento, melodia... gosto, agosto, eternidades... ... ...
e é assim que quer seguir, a coluna... a soprar pólengamia... lirincantos... pra que esse namoro floresça sempre mais... e seja da música com a literatura... e com a dança... com a arquitetura, o cinema, o teatro, o circo, a pintura... com o lavar a louça, o ir a feira, o deitar na rede... o se olhar no espelho, olhar pro outro, pros lados; pra dentro... a paquera, dessas coisas todas, com o ser... humano... ... ...
ps.: ...algo como rapadura com melaço e garapa, flambada na cachaça, caramelizada com açúcar refinado e polvilhada com mascavo e cristal... ... ...
... ... ... tudo isso, mas sem compromisso com própria doçura
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