30 junho 2012

INVESTIDA



Risca de giz o meu brim
Rasga meu jeans
Mete o cetim dentro da calça
Arranca minha alça no dente
Sente o nosso tecido nervoso?
Levanta esse vestido até o umbigo
Vê minha calcinha de renda
Renda-se a cada fio de meia ¾

Vamos para o quarto de despir
Quero sentir seu aveludado
Novelo de lã em pelo na anágua
O fechecler não quer abrir
Desafivelemos com calma
Meu modelo, já o quero nu
Estou sem sutiã
Olha quanto eu suo!

Nós nos amamos sobre a trouxa de roupas
Sujas estampas que logo poremos a lavar
No varal, uma cueca branca entre as rotas
Denuncia por onde tentei lhe desabotoar

Meu batom também manchou o colarinho
E enquanto as nossas peças não enxugam
Na máquina a centrifugar peço outro carinho
Em cada poro sem ar que seus beijos me sugam.


Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails