Lucienne L´accord abriu,
então, a portinhola da direita. A escotilha toda esburacada, vidrões partidos,
derrubada mesmo.
A lataria tronchou,
pipocando... um gemido na fresta... Mocréia...
outro abalo na frincha dos tempos verbais. Vá
se fuder, biscate!
Lucienne L´accord,
cheia de fuligem, berrava, perdida no meio daquela estúpida paisagem lunar. Maquiada
na desgraça. Basta, pra mim chega, o
rímel escorrendo.
– Buceta!
Fugia, pra quê? pra onde?, tropeçando nas próteses,
nas suas próprias pernas de plástico. As suas de carne ossos nervos e epiderme
haviam sido arrancadas pelos marcianos vingativos. Bum!... O ESTOURO com letra
maiúscula, no quando entretanto:
– Buceta! e a nave obsoleta, toda enferrujada, explodiu atrás da
moçoila. Basta de marcianos. Lucienne
L´accord ainda teve forças pra cuspir entredentes e, pimba, caiu de bruços na
lua.
Branca imensa cafona e
deserta.
A nave, sem quê nem pra
quê, desintegrava peça a peça, no horizonte estrelado e um par de reatores
seguia o rifão de Lavoisier no caos da galáxia: alta ciência alienígena
pulverizada, afinal, em terra em cinzas em supernovas em sombra em nada.
2 comentários:
Pelos Anéis de Saturno, Vitinho, que Ficção Científica mais poética e proto-verniana esta prosa de marciano doido!Bravos!Se duvida, pergunte ao Causo, ao Luiz Braz; ao Tartari e ao Tavares, que estaremos publicados n'O Portal Estendido" breve, a coletânea cult sci-fi que, ora, tu me permite repercutir. Saudações dos Incas Venuzianos, diria o Lobão!Valeu!
Obrigadão, Marco... pode repercutir sim, só me avisa preu ver como ficou! um abração, Vítor.
Postar um comentário