24 maio 2010

Dois Tercetos Guilherminos

BUCÓLICA

Estrada da roça:
correu pra dentro do breu
o rapaz. E a moça.


ps: Agradeço o post anterior, feito pelo Marco. Tentei compor de tudo para homenagear o meu bichinho, mas quase tudo saía tosco ou piegas. É foda, ser pai, pegá-lo pela primeira vez, é indescritível. Por isso hoje postei um haikai guilhermino sem nada a ver com minha situação, como alternativa racional. E outro sobre El Miguelito, que segue abaixo.
Abraço!

Uma tentativa de terceto guilhermino para o pequenino:

MIGUEL

na tarde d'outono
trilho uma nova via, um filho
a tirar meu sono.

2 comentários:

Wagner Schadeck disse...

Parabéns, pelos poemas, rapaz!
Mantendo a forma "clássica" na composição do haikai (um pentassílabo, um heptassílabo e fechando com outro pentassílabo), você dispôs ainda a melodia da rima recorrente. Grande feito. Em ambos o "fecho" de sentido e som estancam em eco ao cabo do verso.
Quanto ao conteúdo: ambos fantásticos!
No Bucólica, o regionalismo da roça e suas marotezas aparece, no "breu", ou no mato...
No consequente, o poeta se deixa vencer pela simplicidade: 1.º o outono (a idade velha), 2º o filho (ordem do ciclo da vida), e 3.º a "causa" corriqueira de ser pai: "para tirar meu sono".
Legal,

Wagner

Guilherme Salla disse...

Rafa!

Parabéns pelos tercetos e pelo pequeno, parabéns por ambos!

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