Deixo a palavra
como atestado
de que vivi
desatado.
Deixo-a apascento
o nada, porquanto
nada, nem deus,
me move o espanto.
Porque da ampla
explosão ou Obra,
pouco me incita,
nada me sobra.
Sobra-me o logos?
O ter vivido
cosmicamenteaborrecido.
O que, de resto,
tampouco impede
que atue a palavra,
a que fede.
{O poema acima foi publicado no livro coletivo Cara a Cara. Raridade. Encontrada graças aos Arquivos Incríveis de João Antonio Büher de Almeida, com estreia de coluna neste blogue}
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