02 abril 2011

LIMITLESS

LIMITLESS

Por Daniel Matos


O quanto apreendemos da realidade? O quanto apreendemos de nossas lembranças? Vivemos num espaço holográfico projetado por nosso cérebro, em que geralmente registramos tudo, mas não percebemos nada. Limitless não é um filme sobre como tornar-se um gênio através de uma pílula mágica, mas sim sobre como prestar atenção em tudo que está ao nosso redor, a tudo que compõe o nosso universo, o nosso mapa de realidade, através das imagens e associações registradas em nossos neurônios. Pois é assim que apreendemos o espaço, através de imagens em movimento, como diria Henry Bergson em Matéria e Memória. O que nos permite distinguir as imagens ao nosso redor e classificá-las é a nossa capacidade de se mover e assim constituir inícios e fins. Inícios e fins que serão comparados a outros inícios e fins até a criação de idéias, generalizações. Todas a eternamente se encontrarem presas dentro de nosso cérebro, mesmo que às vezes distante da nossa percepção presente. Um presente feito do registro do passado, mas também cuja imagem mais visível é aquela mais presente por nossa história. E é isso que o filme estuda, a possibilidade de fazer todas as imagens eternamente presentes. Presentes com tudo que foram e que poderão ser.

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