Humanos são programados a acreditar em mitologias compostas de diversas figuras, signos, a atenderem suas necessidades psicológicas. Alguns amam Jesus, outros Maomé, outros Luke Skywalker, outros Ronald McDonalds, ou quem sabe uma figura do governo, como o Lula, ou o Obama. Temos os heróis, os vilões, as mocinhas, os escapes cômicos, e tudo é absorvido confortavelmente por nossas psiques devido o processo de evolução de nossos cérebros mamíferos. E todas essas mitologias foram confeccionadas intencionalmente para suprir essas necessidades e nos entregar a uma visão virtual do mundo, seja por romanos, ou comerciantes árabes, ou George Lucas com a ajuda de Joseph Campbell, ou cozinheiros da California, ou banqueiros. Eu, por minha vez, amo a Vampira dos X-Men, quero dar medo como o Wolverine, ter a facilidade e espírito livre do Noturno, e a inteligência do Fera. X-Men é a minha mitologia. E assistindo X-Men Origem (X-Men First Class), tenho a mesma experiência que outros indivíduos teriam com A Paixão de Cristo, ou Thor.
O filme certamente é o melhor da franquia até agora, realmente passa a existência de um mundo com mutantes, como nem o primeiro ou o segundo conseguiram (o terceiro considero apócrifo). A relação entre o Professor Xavier e o Magneto realmente nos leva a indagar qual o melhor caminho, se seguir com a humanidade, ou se estabelecer fora dela, de sua decadência vergonhosa. Temos também nesse filme a primeira mulher bem escrita na série, a Mística. Em oposição a Rainha Branca, tão mal escrita quanto a Jean, a Tempestade e a própria Mística foram nos outros filmes, sem sal, sem personalidade, sem motivo de existir. O vilão também se destaca, com Kevin Bacon numa ótima performance. Só sofrendo como nos outros filmes de nanismo em sua organização, com personagens mudos, e sem a capacidade de contratar capangas. Sério, se não querem ler as histórias de origem, vão ver Batman, os vilão tem capangas, eles não precisam fazer tudo, de tentar dominar o mundo, a servir drinks e pilotar barcos. No lado dos X-Men, todos os personagens são bem apresentados, com suas personalidades e poderes. Claro que ainda temos o estranho caso, que parece extremamente intencional em alguns filme hollywoodianos como em Last Airbinder, de termos o único negro do grupo morrer, e a única hispânica se tornar uma vilã. É assim evidente. O fim também aparenta ter sido extremamente apressado, ainda mais considerando que toda uma nova trilogia foi planejada. Quebrando a união entre os protagonistas por demais cedo. Porém, nada disso tira o mérito da experiência do filme e do desenvolvimento da história. Mesmo não tendo ainda os santos que sigo. E falando sobre isso, o que eles fizeram com o Noturno no segundo filme? Uma pessoa escreveu ele como um católico fervoroso nos quadrinhos, uma pessoa e só, todo o resto sempre o retratou como o mulherengo alegre, que tinha casos até com mulheres de outras dimensões, e é essa primeira que eles escolhem para o filme.
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