27 agosto 2011

LOUIS C. K.



Um homem está tendo um encontro com uma mulher, vai bem, estão se divertindo, tem muitas coisas em comum. Vêm um grupo de colegiais fortões bêbados gritando na lanchonete onde estão. O homem pede para fazerem silêncio, um dos fortões vai até ele e ameaça o surrar, perguntando o que ele vai fazer contra eles. Ele diz que nada, sendo obrigado a admitir que é fraco - aceita ser humilhado. Eles vão embora, ele conseguiu lidar com a situação de forma que nada escalasse para a violência, porém a mulher ao seu lado acaba de perder todo respeito por ele, não acabarão mais na cama como ela esperava. Ela vai embora, ele vê o fortão e o segue. Acaba em sua casa, bate a porta conversa com os seus pais. Não veio fazer ameaças, só relatar o que aconteceu e esperar que o certo seja compreendido. Os pais pedem desculpas, ele sai. Na porta da casa escuta como a mesma ameaça violenta usada contra ele é usada contra o colegial pelo pai. O pai sai e conversa mais com ele – está cheio de problemas com a vida, com o trabalho, não sabe lidar com o filho. O homem o compreende, como compreende seu agressor e compreende a mulher que o rejeitou. Essa é a vida, a experiência da vida. 

A mais genuína comédia é encontrada no cotidiano, naquele ponto de quebra entre o que as coisas “deveriam ser” e como elas realmente são. É a risada na tragédia. E o melhor lugar para se evidenciar isso é no humor de Loius C. K., mais especialmente em suas duas séries de comédia para tv, Lucky Louie, produzida pela HBO com uma temporada de 12 episódios - já cancelada -, e Louie pela FX - já em sua segunda temporada de exibição. A primeira lidando com as contradições da vida de casado, e a segunda com a vida de solteiro, divorciado.


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