O DIA DUM CÃO
O cão da arma tensionado reluzindo na testa da moça – falou, morreu! Na saidinha do banco, sol de almoço, desengatilhar demora mais. No qual cantinho de zíper lá dentro estava o cheque de trezentos? Ali, artérias rufavam em pontas de dedo com bastonetes metálicos, canetelhas e chaves mais alicatezinhos com dipirona, abafados por cotonetes e protetores de calçinha – Reia tudo no chão, retardada!
O cão está solto no feirão de seminovos. Parachoques na cor, direção e ar, tunada essa bichinha!E ela pode ser sua hoje mesmo que tu passou no vestibular da unicoisa e tal. Sol de almoço, pensar demora mais. O ronco do acelerador? Quer ver, escuta! Terninho pra foto 3X4, bronze da piscina do clube, cabelo de máquina três. Pensô.. de noite, no esquenta do posto, a vodiquinha trincando, o pinto engomado. E amanhã é sabadão, cabeça!
Mas ela, sobrevivida, trabalhava e tinha pressa. A fera (domingão tem Mônaco, circuito de rua; sol de almoço) só com pressa de arrancar. Faixa de pedestre é que nem servidor que cai – arabescos horizontais, maçaroca de gentes-; sempre tem uma retardada! Sunga por baixo, sonzera de rodeio e o tunado tinindo. Tudo ainda por acontecer num já-acontecido estatístico de gaveta funda. E tu, leitor – não tira o olho dessa bunda!
4 comentários:
Minha sobrinha viu o cachorro na direção do carro branco; eu sou um intelectual periférico.Fragmento-porrada!
Que rabão tem este teu texto...
Paula Miasato Caco, aquela bunda imensa tapou a imagem toda...
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Marco Antônio Araújo Bueno Mas entumesceu o conto com outras potências, há de convir!
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Paula Miasato kkkk!!!!! Vc tem razão!
Adorei O DIA DUM CÃO, muito objetiva, nos remete a uma reflexao sobre nosso comportamento consumista, tanto na esfera animalesca quanto na esfera psiquica. Abracão,
Cordialmente
Tadeu
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