Por Vivian Marina
“Se acaso anoitecer e o céu perder o azul” encontrá-lo-ei noutros cantos. Num lindo balão que se esconde em nebulosa e vive no mundo Lua. No pedaço de papel em que escrevo um bilhetinho engarranchado quase sussurrando que fui embora. Em tudo o que for nu. Na caneta que grifa minhas partes favoritas. Naquele azul da cor do mar que espalha sais, garrafas, chances. No manto de Iemanjá rainha de pequena imensidão. No amor, que é azulzinho.
As bailarinas poderiam trocar o rosa pelo azul esfumaçando transparências com a leveza e técnica apuradíssimas. É prazeroso pensá-lo em inglês e com s, ritmo completamente sensual. Flores também são bem vindas, desde que venham com seus perfumes azulados. Mas o que me intriga mesmo é aquela casinha de janelas e portinha azuis, na qual nunca nem vi um pássaro adentrar.
Me perco em assaz zumbido ultrajante labaredoso. Ausculto zombetante urro límpido. Azuis que de tão azuis me pintam safadamente o corpo. E já toda azul posso então saudar o céu clareado. Saúdo o céu, porque o mar se encontra longínquo, fora do alcance das minhas mãos. Em pensamento, troco o mar pelo céu para me lançar ao azul quase de metileno e, então, lhe escrevê-lo com torrões de açúcar que nublam todo azulejo.
Um comentário:
nossa, não acredito que você escreve nesse blog!! eu conheci o rafa (norris) num evento de literatura no sesc :) geralmente sou tímida pra deixar comentários (ou talvez eu seja meio cricri rs) mas esse aqui me tirou o ar! meu deus, vivian, maravilhoso!! um beijo
ps: ah, é a stella, da carona... rs
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