16 fevereiro 2012

ARTISTA

Artista

Despertador, cama, escada, cabelos, dentes, rosto, café, mesa, pães, frutas, geléia, manteiga, danone, pratos, copos, xícaras, roupas, privadas, chãos, cozinha, almoço, janta, ida, volta, listas, telefone, TV, computador, livros, ventilador, cama, ama...

O cotidiano tem sua beleza. É veloz como rajada de vento, frágil como dente de leão. Se permite pulos, atrasos, borrões, mas não necessariamente os quer. Os desvios surpreendem com o desplanejado e, vez em quando, lhe apagam com luzes foscas. Nada do que lhe preenche possui garantia. Há, pois, esforços para seus cumprimentos e tanto o que lhe escapa entre os dedos, quanto o previamente previsto conquistam encantos e tropeços.

As fragilidades querem se esconder, ser escondidas, desaparecidas, escamoteadas e em seus labirintos subterrâneos, que até parecem insignificantes, viajam arrepios, lembranças, artes. Do despertador ao amor há mais matérias-primas do que se pode alcançar.

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