15 fevereiro 2012

DEGRAUS

DEGRAUS

Por Cecília Prada             


A  vida? A gente precisa ter paciência com ela, seu moço. Ir só, cada dia, pisando no degrau – degrauzinho mesmo, seboso, escorregadio – que ela nos concedeu. Para cima, para baixo, quem sabe? Não tem que se pensar muito. Porque todo mundo tem, seus sobes, seus desces, assim vamos. Procurando nossos caminhos nas escadas que muita vez acabam no nada, suspensas no ar ou sobre  abismo, repentinas – como aquelas escadas de Escher.
         Mas se, na bruma em que não vemos mais degrau algum esticarmos a mão... Vai ver deparamos com madeiras, pilar, feitio de porta para alcançar a maçaneta, torcê-la com cuidado – curiosar?
         O cômodo que divisamos –se por sorte alguém que não se sabe quem tiver acendido alguma vela – é vasto? é pequeno?  sem aberturas, lacrado, ou com algum janelão bem aberto para o mar –hein? 
         Há alguém dentro dele? Ninguém, só nosso arfar? Ou multidão? Seremos bem acolhidos? Expulsos a pontapés?

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2 comentários:

Unknown disse...

Brumemos às alturas sem o medo da queda!

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Vide(o)Jane Fonda sobre metáfora da escada:

http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/jane_fonda_life_s_third_act.html

Bravo, Cecilia!

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