Por Douglas Toledo
Sinto-me, por hora, em Berlim, inaugurando assim um festival todo condecorado às graças da sétima arte. Que honra poder chegar neste momento correlato a um dos eventos mais importantes do cinema mundial. Sabe quantos países são necessários para se fazer um filme? Depende do ângulo: sua produção depende de uns três, não espere que seu país por mais regulamentado que seja tenha edital tamanho para cobrir os gastos excessivos de um filme minimamente agradável. Da exibição? Todos os países do mundo, caso caiba. Do ponto dos festivais, atualmente, todos também! E o pior: países que possuem mais de um festival! No corre-corre de um sonho (assim pensa os que ainda não trabalham com o que gosta). No panorama atual? Seu filme tem produção de Paulínia (?), abre o festival de Omaha (??) e, talvez, seja exibido no Topázio (...!).
Minha elucubração cine-narrativa, vem assim, perdida, pois o que é um festival de cinema, senão um exercício coletivo como o nosso? “- Olha! Meu filme, que bem produzido! Abriu Cannes! Acredita?”, pensa uma das peças da sub-coleção de diretores famosos. No balaio, queridos cineastas subversivos anexados à parte a super-produção do esquadrão norte-americano. Listam-se: iranianos, franceses, italianos, alemães, belgas, suecos e etc. Indianos? Não. Já me basta o cão de favela milionário. Índia que é Índia me ganha nos musicais. Bollywood é o espírito, não um neo-noir financiado pela Inglaterra. Viu, como tudo se encaixa? Digo, todos os países se reverenciam na hora de filmar?
Parece uma crítica – talvez. Filmes com raízes originais são poucos. Mas cabe aqui, pelo lado bom da coisa, uma analogia. Somos (neste recôncavo virtual, que ainda ensaia uma mídia) cada um a seu cada qual, um país. Temos por convicção vícios que muitas vezes advém dos nossos produtores (encaixe aqui as figuras que te marcaram a educação). Não somos e nem seremos sós. Precisamos dos países demais para fixar uma iniciativa, uma idéia, uma região, para pôr em prática a distribuição de nosso “filmo-pensar”.
Aqui nos confluímos, nos discordamos – sem acento, o Word que me perdoe – nos reagrupamos, nos redescobrimos.
Quantos ‘países’ são necessários para começar um blogue (com e no final, modo tucanês)? Faz as contas, vá...
(“mas você não ia falar de filme? – Deixa eu escolher meu país de origem primeiro...”)
Um comentário:
Maaaravilha!
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