11 julho 2010

As crianças da Praça da Sé

por Cássia Janeiro

Naquele banco há uma
Mancha.
Disforme, em meio à inocência e à cola,
Ela ri
O riso dos famintos,
O riso sujo
Nosso de cada dia.

Crianças criadas
Pela rua,
Crianças crescidas,
Não nascidas,
Crianças mortas
No ventre nosso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Honestamente, é um poema muito bom. Digno da leitura de todos os brasileiros. Além da liberdade formal é um poema engajado no presente, nas questões sociais urgentes.
Quero parabenizá-la e, ao mesmo tempo, convidá-la para participar do projeto "Brasil que te quero outro".
Enviando um poema dentro da temática, num máximo de 27 linhas, contando com o título, você participa da seletiva.

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