21 setembro 2010

MINERVA

Ilustração: Alan Carline

Um dia uma pessoa acorda e acredita que o mundo tem que ser como ela quer, mas esse mundo não existe!
“É exibindo uma natureza infantil perversa que o “fruto verde” se defende contra o homem” disse Beauvoir.
Renata encarava o olhar de Otavio que não permitia que ela fosse mais o que foi até o presente momento.
Seu comportamento ao lado da deusa Minerva seria pitorescamente definido como feminino?
A originalidade de Minerva deveria ser objeto de conquista dos frutos verdes- arte, sabedoria e guerra. Se usados nos momentos certos sempe serão golpes certeiros, golpes de prudência que o fruto verde deve aprender a usar. Já que, reformar e moldar são tarefas masculinas. Nenhum homem aceita ser dominado, um dia ele simplesmente acorda, percebe alguma fragilidade e revolta-se.
O fruto verde é a mulher inocente, que pouco a pouco descobre o mundo, e vai assim caminhando e deixando de lado sua ingenuidade, mas carrega com ela o peso da figura masculina desejada.
Peso, porque nem sempre o homem aceitará ser o obeto de suas expectativas. Principalmente em pitorescos rompantes de sua ingenuidade que ainda agoniza.
E assim espera-se a morte do fruto verde e o nascimento súbito de um fruto pronto e adulto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cáusticos rasgos irrompem da insustentável vagueza dessa Renata. Da densidade do feminino dessa Renata...A gravidez de um folhetim que não sinaliza parto.

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