02 outubro 2010

Fria

Pedrada de gelo levou quando recém-nascida. Muito sem fala para pronunciar-se pagã, acabou com a testa imersa em tigélida de batismo pela mão onanista do padre. Não reza a lenda, não leva a fada, só se sabe poeta de um absurdo sem fim. Do mundo, começou amando quem a desamava, mas acabou mais odiando. Do ódio passou a ter dessentimento; sem ti, vento, nem água. Estalactite na alma: ponteaguda e cortante a quem considera seu tudo ser um nada. Agora ela vira a cara. Sem ter duas.


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