26 outubro 2010

PASPATU


ILUSTRAÇÃO: Por Alan Carline



PASPATU

Por Marco A. de Araújo Bueno

Para R. Magritte






E era uma festa linda, e bonitos
Seres se riam sem gargalhar;
Enterneciam-se de palavras ouvidas
Sem que ruidosas melancolices
Amaldiçoassem, na ira, o lugar.


E nunca olvidando do feltro
Prediluviano no olhar, filtravam
Entre frutas vermelhas,
Absintos mineralizados, cristais
De tâmaras e aves suaves demais,
A vermelhidão, assustada, de estar
Entre tantos demais convivas,
Sem se estilhaçarem, animais.


Animados de alma, não mais
Além de seus contornos-umbrais.



3 comentários:

Marcelo Finholdt disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcelo Finholdt disse...

Pôxa Marco!

Que poema forte, forte e sutil...

Que efeito você conseguiu!

Belíssimo!

Valeu meeesmo!
Abração
Marcelo Finholdt

Guilherme Salla disse...

Essa dupla anda infernal...

Como diria R. Magritte à J. Serra, isso não é um cachimbo, mas aquilo que carrega no fornilho... uma brasa, mora?

Saudades, garotos.

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