12 abril 2012

REFRÃO

Refrão







Os pés seguiam lentos e claudicantes como se, num vacilo, pedissem ao chão que lhes indicasse o caminho, que lhes evidenciassem a superfície. Que besteira essa estória de manter os pés firmes no chão, afinal de quem é mesmo a firmeza?
Seguidos uns dos outros, os passos lembram a repetição de um gesto. Lembram, por que, na verdade, eles são mesmo repetidos? As diferenças que eles podem engendrar são tão significativas quanto as mesmices.
Nem repetição, nem diferença. Ou repetição e diferença num mesmo patamar de possibilidade. O claudicar não cessara, tampouco pediu perdão à superfície por não saber, quiçá duvidar, da firmeza. Também não parou para reclamar informações, essas recordam-lhe palavras de ordem e não sugestões bem-vindas. Resistiu a repetir, diferenciar, cessar, se informar... criou pelo tilintar das asas de uma borboleta certa música chamada Badaladas.

Um comentário:

Marcelo Finholdt disse...

Filosófico e leve ao mesmo tempo!

Valeu, Bj.

Marcelo Finholdt

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