REFORMACRÓSTICA
Por Marco A. de Araújo Bueno
Abril, de Carajás.
Rebenta o sol na terra adormecida
Enquanto ainda dormem seus senhores;
Fingindo-se de homem pela vida
Omite a dor num manto de labores.
Rasteja-se no campo qual ferida
(Mais há no campo a cana do que flores)
Até que chegue a hora da comida,
Aguada e fria em perda de sabores.
Graceja e canta, pois que a vida é linda,
Rogando aos céus apenas por saúde
Até que a morte o venha, enfim, colher...
Retoma a sua cruz num gesto rude,
Inerte, pois que desconhece ainda
A hora em que nem saberá comer.
Rebenta o sol na terra adormecida
Enquanto ainda dormem seus senhores;
Fingindo-se de homem pela vida
Omite a dor num manto de labores.
Rasteja-se no campo qual ferida
(Mais há no campo a cana do que flores)
Até que chegue a hora da comida,
Aguada e fria em perda de sabores.
Graceja e canta, pois que a vida é linda,
Rogando aos céus apenas por saúde
Até que a morte o venha, enfim, colher...
Retoma a sua cruz num gesto rude,
Inerte, pois que desconhece ainda
A hora em que nem saberá comer.
[E pra não dizer que não falei dos Mcs:
INFANTICÍDIO
Por Marco A. de Araújo Bueno
Ração matinal; foi-se. Golpe-1 da foice.imensidão canavial do dia...
Um comentário:
Ô Cacopsi!
Adorei. Adorei principalmente a fluidez do conteúdo pela dura estrutura do soneto.
Um soneto que continua na mente por um tempo... reflexivo.
A interpenetração da Trova com o Mc
ficou bacana também.
Foi-se a foice a golpes nos canaviais...
Valeu!
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