22 dezembro 2011

INUTILIDADE E ENCANTO

Inutilidade e encanto

Por Vivian Marina

O inútil do encanto e o encanto do inútil. As reciprocidades nem sempre funcionam bem, nesse caso, entre o inútil e o encanto, arrebatam-se composições flutuantes. O que é (in)útil transmuda e aquilo que se pretende adjetivar persiste corda bamba. Os encantamentos são amores-perfeitos que florescem e murcham e pintam como se fossem explosões de cores pelos ares...
Se resolverem perguntar pelas intensidades, sua resposta poderia ser algo bem perto de: "diz que fui por aí" espalhando potências. Por isso a disfunção do ida e volta, do vice e versa. Os vãos do afetar e ser afetado faz com que pululem tais recíprocos. Aquilo que agarra e faz com que haja envolvimento difere daquilo que solta e deixa ir.
Atrações que se atrevem a atravessar corpos de palavras. Travessas que compõem a mesa preenchidas de alimentos variados, passados de mãos em mãos saciando a fome. Travessas crianças que sapecam e traquinam brinquedos brincantes. Travessas escuras que metem medo e claras que convidam a passar entre uma rua e outra.
Feitiços vacilantes de tantos (a)travessamentos. E "Com açúcar, com afeto", passadiços e êxtases perseguem-se as sutilezas que as palavras podem maquinar.

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