
Ilustração:
Alan Carline Ah, a prosódia! Como é mágica; o que pode um relevo fônico quando se trata de ficção. Este conto pode ser inserto num subgênero denominado 'estranho'. Houve quem dissesse que, lido assim, com os erres retroflexos do F.Ficomeno All'Golen (Literatura Comparada; Cambridge Universyti), o efeito 'ostraniênie" fica dilatado e a estranheza potencializada. O meu conto ganhou camadas de significação. All'Golen esteve na Flip que homenageou Nelson Rodrigues, brindou-me com a gentileza de sua pródiga leitura. Depois publicou um poema estranhíssimo e tornou-se estranhamente inachável. No departamento dele, no Reino Unido, alguém cochicha em off que teria pedido um semestre sabádico para reler os 'breves' do Kafka...
5 comentários:
Um kafkiano mais detalhista, não perseguido pela família ou pelo governo, mas pelo medo. Ao leitor, resta o desconforto. Abraço!
Apreciei ouvir este grito tão calmo narrado. Por demais se aproxima da gente. Bem que podíamos ouvir a todos os colunistas, sair um pouco das vistas e cativar mais os ouvidos! Quem topa?
Fica consignada a sugestão - arquivos de áudio nas postagens.Há muita música latente no blogue. Wagner de Souza é músico, Luciano Garêz, maestro, e já ouço a gravidade do cello sinfônico do Finholdt na trilha de trovas medievo-contemporâneas. Que Tao!?
"Meu caro Marco
Estive por lá, dando uma olhada. Do que vi, gostei. Parabéns.
Cícero, ou alguém do ramo, é que dizia: com o passar do tenpo, ficam só os amigos.
Grande abraço, tudo de bom,
Assis Brasil"
{Prof.PUC de Porto Alegre-RS, pro-oficineiro, amigo!}
Alan ilustra as mãos azuis, vistas pelas cortinas dos olhos diluídos em mais azul.
Estamparia de de Alan, e o zigue-zague Marco - mas tb de outro Alan vem o ar sem oxigênio deste conto, o CO2 de Poe, pois o fluxo é contido e se rebate, e os personagens disparam diálogos alla Usher, em meio ao íntimo. Só que Marco parece sempre mais humano que Poe - este último, por princípio poético "doentio", e por isso mesmo, bem afeito e aceito por nosotros pós-modernos prozarcaicos. Marco não deixa nunca de divisar, porém, o Humano por trás do homem - eis aí, talvez, revelada na literatura, a sua vocação-profissão de psicólogo (eu diria "psilósofo"). E Psiquê, lembremos, o radical da palavra, foi a amada de Amor (Eros).
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