13 setembro 2011

JOSEP HART VAUDEVILLE 13


por Vítor Queiroz

Brocou, Maria Amélia [ ........... 11pt. ] Bebel, hum? Bebel esculacha. Prosa estapafúrdia? Quebra canecos.

Bengalada nas costas da esposa, vergão no nervo da coxa do marido. Bebel bota pra fuder. O Anão tomou um tiro no último capítulo, foi? Caspita! um pé de verso ficaria tranquilo nesta hora de aflição?

Bebel, o anjo torto de toda novela, escalpela. Bebel arrasa, um Etna fumegante, o chão, sobranceiro de brasas.

Bebel rasga as página, terremoto no Japão. Bebel, furacão no delta do Mississipi, emenda os feriadão.


* * *


NOS CAPÍTULOS ANTERIORES [ ................. 17pt. ] não, porra nenhuma, Valtinho. Basta de enrolação, nada de capítulos anteriores. O circo ta pegando fogo, hôme.

Bora aboletar os cotovelos todos no camarote pra ver é o pau quebrando. Na boca do espetáculo. Bang, bang... tábuas frinchadas de horror. Achtung!


Capítulo XXIII

Respeitável Público


Bum, bang... é o bumbo dos histriões. Pancada surda. Baqueta trêmula na pele estirada. O anão tomou um tiro na nuca.

Bebel vaiou, a plateia vai abaixo. Zé Bregal, professor da Academida de Dublês, tentou dar uma camablhota. Nada. Produção! Produção!, um palhaço descabelado berra. Nada.

Bebel [ . 1pt. ] o Capeta romântico, apressa o turnaround de qualquer folhetim, Maria Amélia.

Bando de sádicos! a equilibrista bicéfala chorava. Nada. Plateia terrível, canícula! o público bate palma achando que, para o bufo, a tragédia final é fingimento, apenasmente.

O húngaro do monocilo:

tentou, em vão, segurar os pulsos do negro, do pianista. Mãos enormes, uma delas tocando uma valsa diabólica a outra puxando o misterioso caixote.

Perna fina, as panturilhas de Fleurette fizeram de tudo para embasbacar os trouxas. O cadáver do anão foi puxado.

Bum, bang... é o bumbo dos histriões. Frank? Frank?

Joseph Hart chamou, nos anéis, nos dedos, as manchas. Ódio. Bruta poça no chão. Vermelha.

Frank dá cambalhotas debaixo das patas de um elefante acorrentado. Enfurecido, mas acorrentado. Fluerette vai para a sua direita, esquerda, direita [ ....... 7pt. ] um pas-de-deux, magina.

Bravo! um rufião esmurrando a arquibancada. Gostosa, um moleque cospe e assovia.

Henri French, ora ora, aparece topetudo. “QUEM MATOU MARIA HELENA?” levanta um cartaz. Abominável. O público esfria.

Matronas chorosas, crianças ranhentas, tabaréus quadriculados. O público esfria, o público fareja a tragédia, uma moça da plateia abre o berreiro e então...


NÃO PERCA! NA TERÇA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO, O SHOW TERMINARÁ.

O QUE HÁ ATRÁS DAS CORTINAS? ÓDIO. VOCÊ NÃO PERDE POR ESPERAR...




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