Por Marco A. de Araújo Bueno
"...Microcontos, minicontos, paira sobre a extensão/nomenclatura de narrativas do gênero (e a própria questão de afirmar que se trata de um gênero será, aqui, pouco importante, em que pese o fato de Graça Paulino, em livro didático de 2001, abrir um capítulo para o “miniconto” enquanto gênero) alguma dispersão teórica, seria o emblemático conto monterrosiano, de fato e de direito, o mais curto? Há que se considerar, a propósito, a pouca literatura teórica a respeito, rarefação que torna fundamental, neste ponto, o livro “Microrrelato”, de 2003, em que David Lagmanovich enfatiza, optando por “microrrelato” (não o seria para nós, brasileiros, para cuja palavra reservamos entendimento algo científico, de “relatório”, p.ex.) ou “microconto” (tal como denomino minhas “tessituras” e considero as que virei a citar nesse contexto), a importância da propriedade que uma narrativa deveria ter, que, segundo ele, a tornaria legível, plena e satisfatoriamente, em si mesma, diferentemente do fragmento, da máxima, da anedota ou alusão. Importa que seja curta e que haja narratividade nela, tal como a esclarecerei cotejando estudos pioneiros no Brasil, como a dissertação de mestrado de Marcelo Spalding na UFRGS, neste ano de 2008. Formas breves aparentadas de efusão lírica, de capturas contemplativas da natureza observável (no caso dos haicais), deduções sob forma de sentenças (tais como surgem no romantismo alemão do final do século XIX, com os filosofemas de Schlegel [“Toda prosa é poética”] e Novalis [“Tudo deve ser poético”]), aforísticas, etc., posto não passarem pelo crivo da narratividade, por razões que porei em relevo, não serão contempladas enquanto Microcontos, minicontos etc., etc.
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NOTA IMPORTANTE SOBRE MICROCONTOS – Mcs :
El microcuento poseería características estructurales propias, según el ensayo de David Lagmanovich “Hacia una teoría del microrrelato hispanoamericano”:
“El microrrelato no puede entenderse sino dentro de un proceso de evolución del género 'cuento' que, como ya dije, para nuestra literatura comienza en el Modernismo. Esto no quiere decir que cuentos y microcuentos sean la misma cosa. Surgen como parte del impulso creador de nuestros escritores; pero, mientras que el cuento es ya una forma establecida desde el siglo XIX y tiene, como diría Horacio Quiroga, su propia retórica, el microrrelato va encontrando la suya a medida que sus autores prueban diversas vías de enfoque. Las minificciones son parte del continuo narrativo, que contiene también ciclos novelísticos, novelas individuales, nouvelles y cuentos: pero —repito— no son la misma cosa cuentos y microcuentos, de la misma manera que la novela y la nouvelle (como lo advirtió Goethe en sus conversaciones con Eckermann) tampoco son la misma cosa.” (Lagmanovich.1996:23).
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“Patrulhas & Matilhas”
Por Marco A. de Araújo Bueno
Novalis apareceu-me em sonho-"'Crime e Castigo'- vociferava, extemporâneo - voa!"
[Mc monofrásico de dez palavras que fecha o recorte dos trinta com que ilustro o condensado teórico, cujos fragmentos tenho publicado nesta coluna. A referência é absolutamente intratextual em relação à tese de doutorado 'Brevidade e Epifania na Micronarrativa Contemporânea';Unicamp-2008. Vide considerações estéticas sobre Novalis na coluna do Luciano Garçez desta sexta última, dia 26]
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Por Rafael Noris
[Mc monofrásico de dez palavras que fecha o recorte dos trinta com que ilustro o condensado teórico, cujos fragmentos tenho publicado nesta coluna. A referência é absolutamente intratextual em relação à tese de doutorado 'Brevidade e Epifania na Micronarrativa Contemporânea';Unicamp-2008. Vide considerações estéticas sobre Novalis na coluna do Luciano Garçez desta sexta última, dia 26]
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Por Rafael Noris

O cheiro de sopa no velho caído: ninguém sentiu.
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A Parte II da BIBLIOTECA DE BREVIDADES ficará para a FRAGMENTÁLIA V; até o próximo domingo!